Após registrar quase 200 mm de chuva entre terça e quarta-feira, o noroeste gaúcho, região das Missões, o oeste catarinense, região de São Miguel do Oeste e o sudoeste do Paraná, região de Palmas, amanheceram com tempo mais firme. Mesmo assim, alagamentos deixaram várias familias desalojadas em cidades como Caiçara, Vicente Dutra e Iraí, no Rio Grande do Sul; São Miguel do Oeste e Xanxerê, além dos estragos causados por vendavais em Galvão, Romelândia, Marema, Santa Terezinha do Progresso e Lageado Grande, em Santa Catarina; E Palmas, Clevelândia e Mangueirinha, no Paraná. Nesta quinta-feira, feriado de Corpus Christi, a instabilidade permaneceu ativa na Campanha e região de Mostradas, onde acumulados pouco significativos foram computados. Na região de Bagé, que passa por um regime rigoroso de racionamento de água por conta da estiagem já choveu nos últimos 4 dias mais de 100 mm, o que deve contribuir para uma estabilização do nível dos reservatórios nos próximos dias. Nesta sexta-feira, retornam as condições para chuvas volumosas nos setores oeste, norte e noroeste do Estado, de acordo com os principais centros oficiais de meteorologia. Modelos numéricos estimam valores significativos de precipitação até sábado entre 50 a 100 mm em parte das regiões oeste e noroeste do Rio Grande do Sul. O grande destaque nos próximos dias, contudo, não será a instabilidade e sim o frio. Uma nova e intensa onda de frio atinge o Estado já neste sábado à noite, onde os termômetros deverão despencar na metade sul, regiões de Uruguaiana, Bagé, Santa Vitória do Palmar e Santiago e Santa Maria. No domingo, o ar gelado avança para norte atingindo os demais municípios gaúchos. Também deve esfriar muito em todo o Estado de Santa Catarina e no Paraná. Como sobre o nível mais próximo da superfície, em 850 hPa, que é a unidade de medida da pressão atmosférica, algo em torno de 1500 metros de altitude, o ar estará muito úmido e relativamente frio, haverá condição para a ocorrência de precipitação de neve entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira nas regiões de Lagoa Vermelha, Vacaria, São José dos Ausentes e Bom Jesus. Em Santa Catarina, os modelos mais extremados neste momento, sugerem a possibilidade do fenômeno em Urubici, Urupema, São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Painel, Rio Rufino e Bom Retiro, além de áreas ao entorno de Caçador, Rio das Antas e Calmon, próximo à divisa com o Paraná. Já em solo paranaense, pode nevar fraco nas áreas de Palmas, General Carneiro e Bituruna. Em outras regiões mais elevadas dos três Estados sulinos poderá ocorrer chuva congelante. O alerta é válido para os motoristas que forem trafegar pelas rodovias na serra, para o risco de congelamento das pistas. O inicio da próxima semana será de muito frio, entre -2°C e 0°C na maioria das cidades gaúchas, catarinenses e paranaenses, exceto no litoral, onde também deve fazer muito frio e ventar forte. Na cidade mais fria do Brasil, em Urupema, na serra catarinense, o frio de -7,9°C este ano poderá ser superado na próxima terça-feira. Entre segunda e terça-feira pode gear com intensidade nas áreas de baixas de todo o interior dos três Estados, incluindo as capitais Porto Alegre e Curitiba.
Em São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul, centro e oeste de Mato Grosso, Rondônia e Acre, o ar polar também deverá mostrar sua natureza até a primeira metade da próxima semana, sendo que no interior paulista, mesmo divergindo muito, algumas simulações computadorizadas, como as do modelo europeu ECMWF chegaram a colocar marcas entre 0°C e 4°C na maior parte do interior, com risco de geada. Outros modelos, como o norte-americano GFS e a família ETA brasileira projetam ar polar, mas não com esta intensidade. O jogo está lançado e tudo pode ocorrer nas próximas horas com relação a esta incursão polar que tem tudo para ser a mais forte do ano, até o momento, com relação a sua continentalidade. Parte do oeste de Mato Grosso, entre Cáceres e Pontes e Lacerda podem ter mínimas entre 9°C e 11°C no inicio da próxima semana, bem como o sul de Rondônia, região de Vilhena. Dados consultados: INMET - CPTEC/INPE - Accu Weather - Weather Underground (Fonte: De olho no tempo - Meteorologia)
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